Nossos cérebros não estão preparados para lidar facilmente com ameaças de longo prazo. Eles são projetados para respostas imediatas de luta ou fuga.
Quando estamos estressados, sem uma ameaça aparente, nosso cérebro mesmo assim injeta hormônios necessários para a resposta (suposta ameaça) do ambiente. Se essa energia derramada em nossa corrente sanguínea não for usada proporcionalmente a necessidade de uma fuga ou luta... um sintoma se fará presente para nos alertar que estamos em perigo INTERNO!
"COLAPSOLOGIA"
Adverte sobre o possível colapso de nossas sociedades como as conhecemos. No ensaio dos franceses Pablo Servigne e Raphaël Stevens (2015): Comment tout peut s'effondrer: petit manuel de collapsologie à l'usage des générations pré sentes - “Como tudo pode desabar: Um manual para nossos tempos” - criaram um neologismo, essa expressão - "colapsologia" – unindo duas palavras ‘colapso” + ‘logia” = estudo do colapso da civilização moderna (industrial)
Será muito cedo para dizer se é tarde demais?
A negação é um mecanismo de defesa, não conseguimos acreditar na possibilidade de um colapso antes que isso aconteça. Não poderemos evitá-lo, mas podemos nos preparar para ele.
Em 2006, economistas simularam a epidemia de gripe espanhola de 1918 para determinar qual poderia ser seu impacto contemporâneo na economia global naquela época. Eles concluíram uma queda geral de 12,6% no PIB global. A gripe espanhola de 1918 durou pouco mais de dois anos com uma população mundial estimada em apenas 1,8 bilhão de pessoas.
A estimativa recente do Banco Mundial para o impacto da Covid em 2020 com mais de 7 bilhões de pessoas foi de apenas 5,2%... alguém não está nos dando as informações que precisamos.
O estudo do colapso das sociedades é muito mais antigo, baseado na preocupação cotidiana de todas as civilizações - fácil de encontrar esses artigos.
Os colapsologistas acreditam que o colapso da civilização industrial pode ser o resultado de uma combinação de diferentes crises: crise ambiental, energética, econômica, geopolítica, democrática, de saúde e outras.
Numa época em que todos no planeta estão ligados a um aparelho que nos orienta “como” devemos comer, “onde” devemos ir, “quando” devemos nos mexer, redes globais permitem que o efeito borboleta se propague e se ampliem muito mais rapidamente.... é possível observar claramente que se esse “mundo” ficar ‘mudo’ o mundo de muita gente ‘colapsa’, certo? Não precisa ser um profeta do apocalipse...
Mas alguns “mundos” estão se preparando para esse momento.
Países escandinavos (leia-se arianos) há anos estão botando em prática uma nova visão de consumo e se preparando para o impacto. Na Suécia, por exemplo, existe a expressão Köpskam – que significa ter vergonha de comprar roupas ou fazer compras.
Perceba que eles estão anos luz na frente e já se PROGRAMARAM para um evento totalmente previsível. Crianças nas escolas são ensinadas a concertar seus brinquedos, rever seus sapatos, costurar, usar ferramentas para caça e pesca e sobrevivência...
Na Alemanha, crianças frequentam uma escola que funciona ao ar livre e os brinquedos são ferramentas, como facas e fogo.
São mais de mil em toda a Alemanha conhecidas como WildKinderGarten, uma espécie de “jardim da infância na floresta”. Seja na neve, no calor, na chuva, as crianças e os professores estão sempre ao ar livre.
Aqui no Brasil há a pedagogia Waldorf, que atua com esse princípio. Pesquise.
Um professor de jardim de infância em uma escola italiana, que tem a mesma proposta, diz que a natureza é uma grande professora, porque estimula a criatividade e encoraja a fazer perguntas. Afinal, o papel da escola deveria ser estimular perguntas, e não dar respostas.
Mas sabemos que muitas perguntas não devem ser respondidas, pois isso gera mudanças de comportamento - tudo que os SENHORES DO TEMPO não querem.
Essas escolas não preparam o aluno para o mercado de trabalho, mas para a vida e a compreensão das suas emoções. Segundo o professor, se uma criança não sabe como controlar a raiva e a ansiedade, dificilmente ela conseguirá êxitos e alegrias em sua vida.
Eu diria mais; essa nova geração precisa aprender a respeitar o grupo, pois quando as coisas ficarem ‘fora de controle”, o êxito da boa sobrevivência será a cooperação, união de grupos afins.
A colapsologia desempenha um papel na conscientização da necessidade de adoção de um novo modelo. A tão alardeada e esperada expressão de “recuperação”, implicaria um retorno a como as coisas eram... isso nunca acontecerá.
Seria sábio a qualquer humano evoluído, projetar uma nova direção que a civilização tomará. Nos próximos anos iremos nos lembrar que COVID-19 foi apenas o relâmpago antes do trovão...
Países que aceitaram tecnologias de rastreamento de contato serão capazes de isolar bolsões de exposição por meio de quarentenas estritas e controle de movimentos evitando grupos 'rebeldes'. Lembre-se disso.
Várias grandes empresas já estão entrando em colapso. Indústrias de imóveis comerciais sofrerão enormes reduções em prédios de escritórios e shopping centers, companhias aéreas e aeroportos. Fora o fato que o petróleo não faz mais caldo como antigamente.
À medida que grandes empregadores (e os estados ou províncias que dependem de suas receitas fiscais) entram em colapso, os governos podem cair.
Com o comércio EUA-China em queda acentuada, uma fragmentação da ordem monetária global é uma possibilidade para a qual todos os países devem se preparar.
A pandemia, a taxa de desemprego e os movimentos pelos direitos civis estão afetando essas sociedades já frágeis. Lembra da mensagem dos 'Cavaleiros do Apocalipse' ? - pestilência, guerra e fome tendem a se seguir mutuamente.
Nenhum país pode contornar questões globais, incluindo crise de refugiados, mudança climática e pandemia como esta. O desemprego e a instabilidade social podem levar a guerras locais e conflitos geopolíticos.
A pior desordem social desde o fim da Segunda Guerra Mundial pode estar ocorrendo, mas sua TV não está lhe mostrando...
De forma mais ampla - se e quando - as restrições pandêmicas à mobilidade trans-fronteiriça desaparecerem - milhões de outras pessoas buscarão escapar das geografias da “zona vermelha” sem cuidados de saúde para se alojar nas “zonas verdes” com melhores cuidados médicos, comida e segurança.
Dentro dos países, a fuga de megalópoles para áreas provinciais mais acessíveis provavelmente se acelerará.
“Devemos nos preparar para biorregiões resilientes em pequena escala de apenas alguns milhares de habitantes”, disse Yves Cochet - político francês, membro da Europe Écologie – The Greens
Comunidades
hippies surgiram nas décadas de 1970 e
1980 para escapar de um inverno nuclear iminente. Nada aconteceu de tão
sério que essa ideia fosse adiante – ao contrário – foi ridicularizada. Mas teremos
que rever esse comportamento cedo ou tarde.
O colapso da
União Soviética na década de 1990,
durante o qual o alcoolismo, homicídio e suicídio de adultos levaram a um
declínio maciço na expectativa de vida russa, nos faz alertar para a
necessidade de criar uma cultura “positiva” para um próximo colapso.
“Em
2035, a República Francesa, a União Europeia, não existirá”.
“L'Effondrement” – é uma série TV francesa estreada em novembro 2019. Todos os oito episódios duram entre 15 e 20 minutos, com poucos personagens e histórias narradas em um único take estendido.
As histórias se desenrolaram alguns dias depois de uma misteriosa crise da qual não é mencionada, apenas sentida pela população.
Em questão de dias o mundo ficou sem gasolina, sem comida, sem eletricidade que fez com que a França - onde passa a narrativa - (e provavelmente o mundo inteiro) desabasse, mostrando a escalada de horror substituído primeiro pelo “salvem-se” e, finalmente, pela barbárie...
Você me perguntaria: Laura você é uma colapsóloga?
Eu diria com certeza
- Sim - sou estudiosa de comportamento humano, lembra?
A maioria vê MEDO nas informações e entra no modo
negacionista - desejando sua vidinha de antes. Mas há um grupo menor e mais
atento que verá apenas mudanças, novas formas de pensar e agir que saberão
colher os frutos dessa e de tantas outras informações que deixo aqui.
Lembre-se: medo gera hormônios
para a preparação fuga ou luta.
Se ficar parado, meu amigo... vai ficar doente. Mexa-se!
laura botelho