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10 de dez. de 2012

Quando a profecia falha


Sem a etimologia não se conhece a realidade e com ela
 mais rapidamente atinamos com a força expressiva das palavras
Isidoro de Sevilha

Dissonância cognitiva 
é um termo usado pela psicologia para descrever a sensação de desconforto quando há realização simultânea de dois ou mais conflitos – seja de ideias, crenças, valores ou reações emocionais num individuo.

A Dissonância é despertada quando as pessoas são confrontadas com a informação que é inconsistente com as suas crenças, com aquilo que é importante para ela e um estado mental angustiante se instala.

Essas pessoas encontram-se fazendo coisas que não se encaixam com o que sabem, ou tem opiniões que não se encaixam com outras opiniões.

Em um estado de dissonância, sente se "desequilíbrio"; frustração, fome, medo, culpa, raiva, vergonha, ansiedade, etc  e ela pode ser reduzida quando a crença de alguém puder ser restaurada através da busca de apoio de outras pessoas que compartilham da mesma fé ou na tentativa de persuadir a outros para juntar-se a sua percepção e mante-la a todo custo.

O inicio da teoria da dissonância cognitiva apareceu em um livro de 1956, do escritor Psicólogo Leon Festinger que leva o titulo de: “Quando a profecia falha”

Estudando um pequeno culto apocalíptico liderado por Dorothy Martin (sob o pseudônimo de Marian Keech no livro), uma dona de casa suburbana afirmava ter recebido mensagens de "Guardiões" - um grupo de seres superiores do planeta de nome Clarion - que o mundo iria acabar em um grande dilúvio antes do amanhecer em 21 de dezembro de 1954.

Dorothy Martin já havia se envolvido com L. Ron Hubbard - Dianética - e ideias apocalípticas foram incorporadas do que viria a ser hoje a religião da Cientologia. 

Festinger, Riecken e vários assistentes se juntaram ao grupo e os observaram por meses, abrangendo o período antes e após do tal apocalipse previsto. Mas o prometido fim do mundo passou e nada aconteceu como previsto e ditado pelos “guardiões do tempo”

Nada de Naves intergalácticas, nada de Sananda, nada de nada aconteceu. Mas a dona não perdeu o rebolado. Martin afirmou que o mundo tinha sido poupado por causa da "força do bem e da luz" pelos membros do grupo, muitos dos quais haviam parado seus trabalhos e se livrado de suas posses se espalhando por todo o mundo para minimizar o fim de tudo.

Em resumo: ao invés de mudar sua visão sobre o evento e tudo mais que ocorreu, os membros do grupo se tornaram ainda mais fortes a mais nova crença, de que o mundo foi salvo mais uma vez, mesmo que nem todos tenham feito o que foi proposto pelos “guerreiros da luz”.

A maioria dos membros do grupo optou por acreditar em algo menos dissonante para resolver a realidade. Acho que eles acreditaram que os ETs tinham dado a mãe Gaia uma segunda chance, e o mesmo grupo tinha o dever de espalhar a palavra de que a Mãe Gaia foi péssima como progenitora e não soube educar seus filhos e que agora terá que coloca-los de castigo para que obedeçam as ordens sempre que forem dadas já que do próximo dilúvio, eles não escapam!

Não foi bem isso que eles disseram, mas foi o que eu pensei.

Sempre que a dissonância aponta ferozmente, ela deve ser atacada da seguinte forma: Evitar situações ou fontes de informação que deem origem a sentimentos de mal-estar.

Robô X Consciência
Isso implica que sempre que a mente consciente não fizer o processo de autoconsciência, não se reestruturar para uma nova experiência, raciocinar, pesar os prós e os contras do evento experimentado, o robô seguirá as velhas instruções, evitando novos programas que fujam dos já programados.

Discorde dele e ele se afastará de você. Mostre-lhe fatos ou dados e questione suas fontes. Mesmo apelando para a lógica ele não consegue ver o seu ponto de vista e sempre terá uma resposta pouco diferente da que sempre repete como um mantra, como um script a ser decorado.

Nosso cérebro enxerga o mundo através de imagens.
Sem uma descrição fiel sobre o “lá fora”, ele não pode ver, sentir, cheirar, ouvir, degustar o que está acontecendo. Para o cérebro, o que ele não tem conhecimento, não existe!

Não são seus olhos que veem, mas seu cérebro. Não é o seu nariz que cheira, mas seu cérebro que decodifica o cheiro e analisa com informações pré-instaladas em seus arquivos.

Se você nunca cheirou a flor Ipomoea alba, ou dama-da-noite, você não poderá identifica-la entre tantos cheiros no ar, nem mesmo saber que seu aroma está presente afetando suas células, sua emoção, sua percepção do ambiente lhe dando uma visão que nunca experimentou antes. Apenas sentirá um aroma diferente.

A limitação do conhecimento humano reflete-se na linguagem, nos marcadores linguísticos usados como textos/scripts. As palavras têm um potencial explosivo em nosso cérebro. Uma simples palavra pode acabar com o mundo – o seu mundo. Uma simples palavra pode mudar o “mundo” de muita gente. A palavra nos leva a uma imagem, a um cheiro, um gosto, uma textura. Essas informações podem ser prazerosas para muitos, mas podem não ser para outros tantos.

Colar, colarinho, coleira, torcicolo e tiracolo derivam de colo, pescoço – então a expressão "sentar no colo" não faz muito sentido...

"Meus pêsames", "Parabéns", "Perdoe-me", “Agradecer” são apenas palavras, não? Mas será que elas dão a mesma “imagem” a todos que entendem o Português ou em línguas diferentes?

Na língua inglesa to thank (agradecer) e to think (pensar) são, em sua origem, e não por acaso, a mesma palavra. Do mesmo modo, em alemão, zu danken (agradecer) é originariamente zu denken (pensar)

Na forma japonesa de agradecimento Arigatô
Significados primitivos: "a existência é difícil", "é difícil viver", "raridade", "excelência (excelência da raridade)".

A palavra, pré-cristã, ligada a dinheiro, preço é caridade - vem da qualidade e quantidade de “amor” pelo amado, que consideramos de inestimável preço, como caríssimo: Assim, quando dizemos "meu caro amigo" ou "caríssimo Fulano", estamos nos valendo de relação de preço =  a-preço, prezado, menos-prezo, des-prezo etc., de estima, de estimativa.

"Parabéns!" estamos expressando precisamente isto: que o bem conquistado, que a meta atingida seja usada "para bens". Bem obtido = dinheiro (negócios) ou a conquista de um diploma, graduação ou mais um ano de vida – que possa ser empregado para o bem ou para o mal.

“Pêsames"
 Pesa-me - "eu te ajudo a carregar o peso desta tua tristeza".

“Perdoe-me"
A palavra correspondente e usual é par-cere - "per-doar", "perdão", "perdonar", "pardon", "pardonner" etc. O prefixo per acumula os sentidos de "por" ("através de") e de plenitude, grau máximo: como em perlavar (lavar completamente) perfulgente (brilhantíssimo), per-feito, per-manganato etc.

Já a palavra DOAR = latim DONARE, “dar um presente”, de DONUM, “presente, dom”. E, assim, o perdão aparece como o superlativo da doação. O doar, por excelência, não é doar dinheiro ou tempo ou qualquer outra coisa, mas sim “per doar” = “através da doação” – “através do seu dom

George Ivanovich Gurdjieff dizia que uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente, vale como fundamental.

Daí, que ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris. Dizem os "especialistas" em comportamento que quem já consegue praticar sem esforço 10 delas, com certeza está no caminho para o equilíbrio. 

Aqui estão as 20 dicas para saber levar a vida sem fortes emoções.

1- Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme. 

2- Faça pausas de 10 minutos a cada 2 horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes – praticando a autoconsciência.

3- Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.

4- Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

5- Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.

6- Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias. 

7- Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas. 

8- Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os, por que são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

9- Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem porém achar que é o máximo a se conseguir na vida.

10- Evite envolver-se na ansiedade e tensão alheias. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

11- Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.

12- Entenda que princípios e rígidas convicções podem ser um grande peso, a trava do movimento e da busca do entendimento.

13- É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.

(essa dica foi antes do facebook rsrsrrs)

14- Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

15- Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram de bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

16 - Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo... para quem quer  ficar esgotado e perder o melhor.

17- A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

18- Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se. 

19- Não abandone suas 3 grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.

20- Entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: Você é o que se fizer.

Sapos cozidos

Vários estudos biológicos demonstram que um sapo colocado num recipiente com a mesma água de sua lagoa, fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água, mesmo que ela ferva o sapo não reage ao gradual aumento de temperatura (mudanças de ambiente) e morre quando a água ferve. Ele morrerá tranquilo, sem saber.

Por outro lado... outro sapo que seja jogado nesse recipiente com a água já fervendo pula imediatamente para fora. Meio escaldado, porem vivo!

Tenho convicção que muitos não entenderam bem todo esse texto, está fragmentado, salpicado e muito subjetivo, metafórico. Mas como venho sempre falando, não é para ser racional o tempo todo. Temos que dar espaço para a intuição trabalhar e ligar os pontos e traduzir a imagem que tanto precisamos ver.

Estão nos cozinhando... isto é fato. Nos mantiveram anos e anos em banho morno, num ambiente muito confortável, a princípio. O que estou propondo é que você perceba que a água já está muito quente e que o momento de tomar uma atitude é já! Você tem que pular daí! Você têm que se mexer! Seu cérebro está cozinhando... Pratique a autoconsciência. Perceba o que você anda pensando e a que seus pensamentos te levam!

Se a profecia “falhar”, você voltará a estaca zero? Você rirá de todos e voltará a ser quem sempre foi? Você não fará mais nenhum movimento de mudar sua percepção de existir, mesmo que o “mundo” não termine do jeito que você quer?

Eu temo por muitos que será isso que irá ocorrer... A grande parcela da humanidade que não promoveu nenhuma mudança de percepção de sua realidade AGORA, não a fará jamais, quando o que tanto aguardam, não acontecer. Todos desejam que o mundo mude, mas que isso não envolva sua mudança pessoal. Estão aguardando luzes mágicas, efeitos pirotécnicos lindos e chuvas de bondade de um ser superior que faça o “mundo” virar um sonho duradouro.

Não sei o que nos aguarda, pois isso depende da mente global, do campo. Se muitos desejarem algo muito bizarro... que assim seja. Se a maioria desejar mudanças senso perceptivas para um novo mundo, que assim seja.

O importante é realçar que as escolhas estão na pauta, mas elas podem não fazer muito efeito em um campo caótico e determinista. Isso está bem claro para mim: a mudança é interna. A mudança externa ajudará aos indecisos. A continuidade do seu “mundo” depende única e exclusivamente de cada um.

Após o fracasso da ultima previsão do fim do mundo em 1954, Dorothy Martin deixou Chicago depois de ser ameaçada de prisão e internação involuntária. Mais tarde ela fundou a Associação de Sananda Kumara e Samat sob o nome de Irmã Thedra, ela continuou a praticar canalização e de participar de contatados de grupos até sua morte em 1992. A Associação está ativa até essa data presente.

laura botelho


 Esse video foi gentilmente legendado por Mari Sposito