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25 de out. de 2010

O sindicato dos tolos



"Em Risu Veritas"
No riso há Verdade 
Lema da Guild Fools


Assisti a segunda parte do filme “Tropa de elite” semana passada. Fantástico. Não tenho palavras para descrever a brilhante atuação de todo elenco. A vontade que dá é de bater palmas de pé quando as luzes se acendem. Cinema brasileiro está demais.

Mas se ainda não viu e for assistir a esse filme com uma visão simplista de ordem e caos na cidade do Rio de Janeiro... não perca seu tempo. As imagens são iguais a tudo que você conhece em muitos documentários sobre guerra de tráfico em qualquer lugar do mundo – polícia x bandido – e muito sangue - é o que verá.

Como eu sempre digo, tem que conhecer para ver. E o que se vê é o poder do alto da pirâmide. O poder da estrutura de cima pra baixo. 

Matam se os piões, mas o Rei continua de pé. Um jogo desleal quando não se sabe o que se está jogando. Uma luta em vão onde não há vencedores, apenas ações sem fundamento ou pelo menos com uma crença errada, ou não clara, definida, sobre os fatos reais dessa explosão de comportamentos.

Os negativos estão em todos os cantos. Atuam sem o menor receio de serem descobertos, pois têm a total ciência de que contra a força não há resistência. Eles nos conhecem melhor que nós mesmos. Sabem que não gostamos de verdades, pois elas nos desviam de nossas metas pessoais.

Somos egoístas a ponto de seguir em frente sem questionar muito. Questionar é típico de um ou dois malucos, mas a massa, a maioria... segue em frente, como gado para o abate, basta que um vá na frente para todos irem atrás...

Por esse modo não conseguimos acordar todos. É uma tarefa desgastante e de conta gotas. 

A recusa em não querer enxergar ou não aceitar outra visão dos fatos para efeito de comparação atrasa a evolução. Mas a missão é essa... quem sabe hoje eu consiga despertar um ou dois? Então, vamos lá!

O tolo, o palhaço, o curinga 
ou “bobo da corte” 
é um fenômeno universal

Acredita-se que a arte de entreter vem de sociedades tribais pré-históricas, mas que ganhou destaque no século 15 em todos os cantos da Europa medieval, na China, Índia, Japão, Rússia, América e África

O trabalho do bobo se faz na forma de humor, piadas, charadas, versos poéticos, canções, palhaçadas acrobáticas, ou um balbuciar sem sentido, o que provocava risos frouxos que alegravam a corte dos antigos reinados.

Como um trabalho qualquer, a arte de ser um “bobo da corte” poderia ter uma bela carreira se o candidato fosse notado pela realeza. Nada diferente dos dias hoje quando um artista quer fazer sucesso tem que peregrinar por todos os cantos para ser visto.

Não pense você que um bobo da corte era sempre um pobre coitado. Esse poderia ser um inconformado estudante, mas erudito, um monge expulso de um convento, um ator com destreza verbal, ter um físico excepcional, ou um simples aprendiz de ferreiro. Qualquer um poderia fazer uso da habilidade do entretenimento.

O poder aborrece por vezes...

Mas para ser notado e ganhar destaque havia certos ritos a respeitar. O artista cômico teria “consentimento”, “licença” de sua Majestade ou dos senhores para fazer uso de piadas sobre seus governos e até mesmo de suas vidas pessoais usando de sua imbecilidade, sua “loucura”, sua destreza em se colocar no lugar de tolo, ignorante com o único objetivo – de entreter os ditadores entediados com tanto poder.

Tudo girando em tom de “brincadeira”, é claro! Assim o idiota, tolo, bobo da corte, poderia falar francamente sobre questões de uma maneira que nenhuma outra pessoa “normal” poderia ousar em fazê-lo.

Todos sabiam sobre o jogo
Mas mesmo assim havia um risco nessa profissão. O bobo da corte, o palhaço, o curinga, não era imune ao humor de seus governantes. Eles exerciam um cargo muito sensível que fluía conforme sua habilidade e inteligência em saber o que dizer, quando dizer e como dizer as “verdades”, pois sua vida poderia ser ceifada com maior naturalidade caso a realeza não achasse “muita graça” em seu desempenho.

Em uma época onde “liberdade de expressão” não existia, fazer graça com questões que implicassem em revelar o que não deveria ser revelado... era morte certa.


O bobo da corte como um símbolo

No tarô "O Louco" 
O Louco é o 22º Arcano maior do Tarot, ou, simplesmente, o número 0, conforme os baralhos. A carta em sua maioria, representa um jovem que caminha displicente. Tem uma trouxa às costas e um cão que lhe morde o calcanhar tentando dete-lo do precipício. A carta tem o número XXII e a letra hebraica TAU (no Tarot de Thoth / Crowley a letra ALEPH).

conheça seu inimigo, seu ponto forte,
bem como suas fraquezas
No jogo de baralho – “Curinga”
O curinga é muitas vezes o maior trunfo, ou uma vantagem no jogo

É autorizado a reproduzir em substituição qualquer carta do baralho, mas que impede, por vezes, (dependo do jogo) de vencer no final.

O fato aqui é entender que um “Joker” ou “Curinga” tem vantagens e desvantagens num jogo. Depende do que se está praticando. Uma carta marcada que pode ser substituída a qualquer momento...

Kennedy iria contar tudo ao mundo sobre os segredos dos OVNIs 10 dias antes de sua morte. Todos com mortes “suspeitas” de suicídio ou assassinados por “loucos”, não prestavam mais para as finalidades a que se propunham.

Sabiam demais e não queriam mais participar do jogo. E nós sabemos o que acontece quando queremos parar de brincar...

O cérebro reptiliano dos seres humanos é semelhante à que foi possuído pelos répteis cerca de milhões de anos atrás.

É “pré-verbal”, mas controla funções vitais autônomas do cérebro como batimentos cardíacos, respiração, luta ou fuga ou mecanismos de congelar.

Sem linguagem, seus impulsos são instintivos e ritualísticos.

São preocupados com as necessidades fundamentais, como a sobrevivência, manutenção física, colecionismo, dominância, aliciamento e acasalamento

Esse é o perfil das mentes por trás do poder.
Com seus ternos, seus uniformes, suas roupas cotidianas, sua tatuagem, sua posição social, sua maquiagem, colônia / perfume, língua pátria, território de jargões de trabalho, veículos, casas, medalhas, jóias, etc adquirem um comportamento que nos confunde com status social no dia a dia de nossas vidas.

Criminosos são répteis

Eles têm “sangue frio” (literalmente). Respeitam a hierarquia. Querem estar no topo, para que possam pensar / sentir que eles estão no controle. São ritualistas.

Expressam raiva, amor, tristeza, fome, sede, etc, com ações não-verbais impulsivas para satisfazer essas necessidades.

São incapazes de expressar emoção verbalmente ou escrita num nível adequado que se sintam satisfeitos. Por isso recorrem a símbolos como tatuagens, objetos, emblemas etc.

O dia-a-dia objetivo é focado em refino de suas habilidades predatórias como um mecanismo de defesa contra o real, ameaças em potencial. Querem ferir como eles acreditam terem sido feridos. 

Estão sempre em estado de hipervigilância, sempre monitorando seus arredores de possíveis ameaças, presas em potencial, e lugares para se esconderem diante de algum perigo. São paranóicos.

São impulsionados a lutar, fugir ou congelar e só fingem submissão a fim de esperar um tempo, condições favoráveis para atacar.

Gostam de exibir uma “falsa" identidade (pessoa boa, pessoa normal) uma imagem para esconder suas verdadeiras intenções, que não podem vir à tona até o momento certo. São prestativos e abusam no quesito “pode contar comigo!

Através do jogo de ganhar sua confiança sentem-se superiores as vítimas. O comportamento predatório do falso "anjo" é um estratagema para conseguir vítimas em potencial, daí baixam a guarda e são mais amáveis para um controle futuro.

São particularmente territoriais

Podem até mesmo matar aqueles que estão próximos a eles a fim de proteger seu território. Esse território pode estar em forma de símbolo como sendo um único item, uma frase, um gesto, uma pessoa, um objeto, uma casa, uma "representação" (reputação) etc ... 

Gostam de "ornamentos" - ocultar-se em vários tipos de metamorfose. Gostam de se esconder se expondo.

Freqüentemente adotam um papel "eu sou uma vítima" (eu sou inocente). Eles podem usar esse papel como uma atitude que lhes permite justificar a cometer um ato criminoso, ou fazer o que for necessário para obter aliados a acreditar nele através do qual possa obter um ou mais cúmplices inconscientemente.

São duais, polarizados. Pensam predominantemente nos padrões-de-dois, que é comumente referido como pensar em preto / branco, rico / pobre, forte / fraco, inteligente / burro etc .

Uma cena no filme Tropa de elite 2, em especial, me chamou muita atenção. Nos últimos minutos da película há uma reunião entre deputados e um dos “mocinhos” da trama acusa o secretário geral de segurança de ser o pior de todos os vilões da história e que continua intocável no poder.
Esse vilão então se levanta para se defender e a câmera do diretor fecha um close de baixo para cima em seu tronco com uma parede verde do fundo da sala onde há um crucifixo grande que realça sobre seu ombro esquerdo.

Será muita pretensão da minha parte acreditar que o diretor do filme nos chamou atenção para essa mensagem?

Não sei o que pensar ainda. Mas ela foi dada de todas as formas. Tenho certeza que você que me acompanha verá muito mais que 90% dos espectadores desse filme, que bate recordes de bilheteria no Brasil.

Você conhece, portanto assistirá o jogo como nunca visto antes na história desse país...

Laura botelho


 

Rir é a melhor coisa!!!